terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Secretaria de Inclusão Digital (???)

Eu não sei o que pensar quando eu leio uma notícia como a abaixo.

“Ministro anuncia secretaria de Inclusão Digital

SÃO PAULO – Durante solenidade de posse nesta segunda, o novo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, anunciou a criação, ainda este mês, da Secretaria de Inclusão Digital.

A nova pasta foi um pedido da presidente Dilma Rousseff, quando o convidou para que trocasse o Ministério de Planejamento pelo das Comunicações, disse ele.

Segundo Bernardo, Dilma quer o ministério das Comunicações faça a coordenação dos projetos de inclusão digital do governo.

De acordo com o novo ministro, ainda não há uma definição sobre quem irá assumir a nova secretaria, a ser criada por medida provisória.

Paulo Bernardo também falou sobre os planos de expansão do acesso à banda larga no país. Disse que pretende “inundar o país com redes de comunicações” para os eventos esportivos dos próximos anos e para atender à demanda da nova classe média.

O novo ministro também reiterou o compromisso de tocar o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), para internet, e o Plano Geral de Metas de Universalização, para a telefonia fixa. Nesse ponto, Paulo Bernardo chamou a atenção para a necessidade de contar com a colaboração das empresas de telecomunicações.

Na cerimônia de posse, Bernardo confirmou, ainda, César Alvarez, ex-coordenador do Programa de Inclusão Digiral do governo Lula, para a secretaria executiva do ministério.

Retirado do site: http://info.abril.com.br/noticias/tecnologia-pessoal/ministro-anuncia-secretaria-de-inclusao-digital-03012011-31.shl

Não vou aqui fazer todo o meu “discurso” sobre Inclusão Digital, comentarei isso em outro momento. As pessoas que me conhecem bem, sabem o meu posicionamento e visão sobre isso.

O que eu quero nesse post é deixar somente alguns questionamentos:
1 – A criação de uma Secretaria irá resolver o problema da Inclusão Digital? Isso é necessário para resolver a questão?
2 – Expandir o acesso à banda larga para os eventos esportivos e a nova classe média? E a maior parte da sociedade que é a classe baixa, não vai poder se beneficiar? Ou será que não temos mais classe baixa nesse país?
3 – Inclusão Digital é uma ação solitária, que não depende de mais nada?
4 – E o último e mais importante questionamento: é possível fazer uma real Inclusão Digital sem fazer também uma real Inclusão Social?

E aí??? Qual a sua visão sobre isso?

8 comentários:

  1. Olá, sou cientista social e professor, e concordo com seus pertinentes questionamentos. Inclusão digital de mal-educados, corruptos e criminosos, não é aceitável.

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  2. Eu entendo que, embora as duas inclusões (social e digital) estejam interligadas, uma não é dependente da outra. Uma parcela da população está preparada para a inclusão digital, enquanto outra parcela carece de necessidades muito mais essenciais como o acesso a alimentação básica, por exemplo. O Brasil é um país de proporções continentais!

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  3. Alberto,
    Concordo contigo que tem parte da população que já está preparada para a Inclusão Digital. O que eu vejo é que esses programas/propostas do governo são voltados para a comunidade mais carente, como eles mesmos dizem. Só que essa parte da sociedade precisa também ser incluída socialmente, antes de se pensar na inclusão digital como um fator isolado.

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  4. Penso que sua pergunta chave foi se a "inclusão digital" é deve ser uma ação isolada. Ela deve ser uma consequencia natural da social, inclusive emanando dos próprios movimentos sociais. Alias, muitos dos desafios que se apresentam ainda em nosso país - em diversas áreas - iniciam sua solução pela educação e inclusão social. Sds..

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  5. Sérgio,
    Concordo contigo. O problema é que falam de inclusão digital como se fosse a solução de tudo e usam isso como moeda politiqueira.
    Grande abraço e continue a participar aqui do blog.

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  6. Parabéns, Alano, pela excelente "provocação"! Como cidadão, vejo-me identificado mais com seus questionamentos e as reflexões de Magno e Sergio, que tocam direto nas feridas: educação focada no social. Mas como administrador, gostaria de colocar mais uma “pimenta”: o efeito da “lei de Parkinson”, que tão bem a reportagem da última edição da revista VEJA descreve, mas que não há espaço para comentar aqui (cada um pode ler e tirar suas conclusões). Apenas me limito a lembrar que, de 15 ministérios em 1990, estamos com 37 ministérios em 2011. Como então um presidente vai conseguir despachar com 37 liderados diretos, ainda tendo assunto tão complexo como a INCLUSÃO SOCIAL, que inclui a DIGITAL (prefiro assim)? Só com o poder da onipresença e onipotência! Mais uma vez uma parte do social vai sofrer. Saudações, Carrilho

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  7. Carrilho,
    Você foi brilhante no seu comentário.
    Abraços.

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  8. Olá. Estou chegando agora por aqui. Através do blog de uma amiga, vi o seu e resolvi conhecer. Já nesta postagem gostei do assunto. Acredito que a inclusão social seja a mais urgente neste país tão desigual e sofrido. Mais importante que navegar é comer, ter dignidade, lugar para morar, enfim, condições básicas de vida. Por outro lado, é inadmissível o atraso tecnológico em que vivemos, pois o país dispõe de muitos profissionais com disposição, conhecimento e capacidade de alavancar nossa sociedade, mas sem os recursos tecnológicos necessários para isto. Então, como fazer? A que ponto dar maior prioridade? Não sei, mas creio que as duas ações devem sim andar juntas,além de muitas outras, claro...
    Ahh, parabéns pelo seu blog. Seguirei vocês -pensar sempre é bom...

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